DEDO DE PROSA - NESTE TEXTO FALAREMOS SOBRE OS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO USADOS NOS TRABALHOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA COLONIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE BARBOSA FERRAZ !
Sabemos que tais história tem um significado muito grande para os pioneiros e seus descendentes, talvez nem tanto as outras pessoas, mas é sempre bom recordar e conhecer a vida importante daquelas pessoas que caíram no esquecimento dentro da história contada anteriormente . Sei que teriam muito mais fatos ligados ao assunto a ser contados , mas não consegui obter informações de todos eles, apenas contarei a história que vi e presenciei, portanto vamos começar a contar essa história também de nossos animais de estimação:
Aqui muito se fala na tração animal, mas quase nada mencionamos os trabalhos dos bois de carro, por isso hoje começaremos a contar a história com eles. O senhor Gaspar Antonio da Silva, residente no bairro do São Joaquim, tinha 4 juntas de bois que tiveram uma importância muito grande, estas juntas de bois vieram junto com um carro de boi da cidade de CARMO DO PARANAIBA-MG, sul do Estado. A principio eles serviam na aração de terra, começava no primeiro ano trabalhando com as 4 juntas de bois e depois no ano seguinte usavam apenas uma junta de bois. Estas juntas de bois alem do trabalho rural tinha outras serventias, na construção da Igreja Nossa Senhora das graças, quando era no morro, eles eram usados no transportes de madeiras pesadas e em outros casos transportavam pessoas as festas da igreja, também quando tinham grandes comícios do João Simões, dono da Imobiliária que colonizou a cidade e foi deputado, também de Paulo Poli e Zacarias Seleme e Armando Queiros. Quando os filhos do mesmo estavam de férias escolares, eles ajudavam na lida dos bois, o sr, Gaspar ainda emprestava seus bois para seus amigos e compadres para serem usados na agrícultura, eram ótimos bois de carros......Outro importante animais eram os muares do Senhor Geraldo José Barbosa , que era do distrito do Pocinho, ele tinha 18 muares e três carroças paulistas, que eram comandados na lida e amançados pelo senhor Lucidio da Silva e seus filhos que eram muito trabalhadores, inicialmente trabalhavam com a lavoura de café e depois passaram ao hortelã, cada carroça costumava carregar até uma pipa de hortelão por vez e era puxada por 3 juntas de burros......Outro fato interessante foram dos animais do primeiro açougueiro da cidade senhor Primo Batista Colognese, ele tinha dois animais que eram de suma importância na busca de animais quase selvagens para trazer ao matadouro dos açougueiros, ele tinha dois animais muito bom que era o cavalo BAIO, que quando amarrava o boi na chincha ele trazia até o matadouro do açougue e também tinha uma mula chamava nobreza que era muito boa na lida, mas um fato muito importante era de uma cachorra de nome DIANA, ela era especialista na lida de gado, mas o que chamou a atenção uma certa vez foi o fato dela estar criando e bem na hora do parto o senhor primo pegou o cavalo para ir ao sitio buscar um boi e ela saiu correndo atras dele e do cavalo para buscar o boi e a cada momento na estrada ela paria um cachorrinho e ia deixando pela estrada rural e na volta já não se encontrava nenhum deles e a placenta só foi extraida na volta para casa, lembrando que a cachorra conseguiu encontrar um boi perdido na invernada e o trouxe ate a presença do primo que era um dos melhores laçadores do município e ajudou a trazer o boi ate o matadouro......Agora falaremos sobre um burro muito bravo que era do senhor ANTONIO MASCATE , Dono do melhor bar e lanchonete da época, Ele tinha sempre vários empregados no bar, até porque o senhor Antonio Mascate, era analfabeto e dependia dos empregados, a principio ele tinha o pasto de seu grande e bonito burro nos fundos do bar onde é hoje o Lojão Azul., ele avançava sobre as pessoas e muitas vezes os empregados usavam de atitudes duras para conseguir laçar o burro, o Antonio Pedro, ficava girando a corda e o burros de aproximava para mordê-lo e recebia o laço na cara, já o Zé Bronquinha, jogava pedra no burro e o Fuquinho, dava paulada no burro, mas o burro era muito mancinho com o dono e também com o gerente do bar senhor Valdir Pereira de Brito, só eles conseguiam pacificamente laçar o burro, que tempos depois foi morto por uma onça no bairro do Óleo proximo a estrada do Paraiso o Sul.....Agora falarei sobre os animais dos carroceiros que faziam o principal meio de transportes da época, com suas carroças e ficavam dias fazendo carretos nos sitios e fazendas e também buscando mantimentos para armazéns da cidade em Bom Sucesso e Campo Mourão, em viagens perigosas....A principio falaremos do senhor ANTONIO PEREIRA ( Antonio Baiano) ele sempre tinha três animais de estimação, mas ele sobressai sobre os demais devido ao ótimo tratamento que dava aos animais e não permitia que nas cargas pesadas os animais fossem espancados, como se utilizavam antigamente, ele teve muita importância também na condução de madeiras em trabalhos voluntários na construção da primeira igreja Nossa Senhora das Graças, mas depois comprou um sitio no bairro do bandeira e deixou de fazer carretos algum tempo depois....Outro importante carroceiro que tinha três belos cavalos e viajava muito fazendo frete era o senhor LAZARO MONTEIRO, alias o filho dele era o melhor amigo de meu irmão Pedro, tinha também o Cristovão e o Antoninho Monteiro, que depois de adulto foi prefeito de Quinta do Sol e era mais conhecido como Toninho da Farmacia, lembrando que ele também teve importância no transporte da contração da Igreja, ele morava na esquina onde hoje mora a sua sobrinha Dilcele, depois teve outros compradores até chegar ao Hernes Garcia, depois Celio Garcia e por fim do Sergio Gonzales.. Outro dono de bons animais era o senhor José Caetano Coelho ele tinha uma dupla de mulas muito bonitas e que infelizmente estava amarradas proximo a uma moite de capim colonião e quando perceberam as mesma estava sendo atacadas por um enxame de abelhas e acabaram morrendo. O senhor Jose Nortista, tinha também uma bela carroça que era usada no transporte rural e era muito usados no transportes de café durante as colheiras num trabalho do morro, quando a topografia era muito ondulada. Também lembrando a mula preta do senhor João Marcolino, ele quando vinha a cidade a beleza de sua mula chamava a atenção. Também Inicialmente durante a colonização chamava a atenção todas as manhãs era o cavalo chamado ESTRELO, que era quem puxava o carrinho do padeiro Emile Gonzales, era um cavalo muito grande e bonito e depois foi vendido ao senhor Emilio Cancilieri. Para finalizar quero contar uma história interessante, que era uma mula de um peão que trabalhava na fazenda Maravilha, ele tinha uma mula bonita, e vinha todos os domingos na cidade para beber e brigar , mas ninguem nunca soube o nome dele por aqui na cidade, ele tinha belos arreios na mula, certo domingo, eu ( com 10 anos ) , estava na beira de uma estrada rural procurando uma vaca sumida quando este senhor passou quase dormindo montado na mula e quando o vi entrei no mato e me escondi, logo que ele passou a uns dez minutos apareceu dois policiais militares correndo,a pé , os mesmo eram meus conhecidos e me perguntaram se tinha visto o homem e dei a informação a eles, era os soldados Meliano e Maurilio, logo depois eles estavam de volta com o homem preso e andando a pé na frente deles, dai perguntei aos policiais sobre a mula e eles disseram que tocaram a mula em direção a fazenda Maravilha. No entanto no outro dia cedo fui entregar leite na casa do soldado que morava na delegacia ao lado da cadeia, que era naquela ´poca na Rua Duque de Caxias, quase proximo a Escola Jacira , quando cheguei na casa vi a tal mula com todo o seu arriame deitada ao lado da cadeia, então disse a mulher do soldado sobre a mula e ela disse que quando o policial acordasse ia mandar o homem embora com sua mula linda e belos arreios. Teria muito a contar ainda, sobre os animais mais o texto esta grande e conto em outro momento. .
NELSON CARLOS FERREIRA - Contador de história sobre Barbosa Ferraz-Pr, durante a colonização