terça-feira, 5 de julho de 2011

SEBASTIÃO FRANCO DE ALMEIDA


Conhecido como Sebastião Luiz, nascido em Silvianópolis/MG em 21/12/1.918,  agricultor desde pequeno, perdeu sua mãe ainda rapaz e, como filho mais velho ajudou na criação dos diversos irmãos. Casou-se na Borda da Mata/MG, com Ismênia Cândida de Almeida.  Foi um homem muito trabalhador e correto em seus negócios. Muito conhecidos pelos gerentes da carteira de crédito agrícola do Banco do Brasil de Campo Mourão e Mandaguari por quitar seus empréstimos, meses antes do vencimento. Mesmo muito doente, sofrera duas cirurgias, uma de úlcera estomacal e outra de coluna vertebral, na chegada em Barbosa Ferraz, em 1.953, iniciou na agricultura com café e gado leiteiro. Nos anos sessenta plantou hortelã, permitindo, inclusive a instalação de um alambique em sua propriedade pelo senhor Edson Correia Maciel. Com as fortes geadas e fim da hortelã continuou com gado, porcos e lavoura branca de milho, feijão, arroz, trigo e soja. Por ser uma pessoa muito correta foi nomeado pelo Governador Ney Braga como suplente de Juiz de Paz, cargo que depois assumiu e exerceu por vários anos, sempre intermediando acertos entre patrões e empregados, nunca aceitando nada em troca, apenas como voluntário, usando muitas vezes seu velho Jeep capota de aço, em suas viagens às áreas rurais. Um fato que muito marcou sua trajetória como Juiz de Paz foi quando, na companhia do policial Emiliano foi atender um achado no bairro Guanabara, num acerto entre patrão, proprietário de uma venda lá existente e o seu empregado rural. Depois de tudo acertado, ele exigia sempre o aperto de mãos entre as partes, como prova de que tudo estava bem. Neste caso, já vindo embora, ao se afastar da propriedade uns duzentos metros, atravessando uma ponte no rio Raposa ouviu-se em tiro de espingarda, no que, voltando ao local, encontrou tombado no chão o empregado, baleado pelo patrão. O patrão foi preso no ato pelo policial Emiliano e conduzido à Delegacia de Polícia de Barbosa Ferraz e em seguida encaminhado à sede da Comarca em Campo Mourão. Dias após, o Juiz de Paz Sebastião foi chamado até Campo Mourão, para depor sobre o acontecido e, por surpresa sua, foi chamado pelo Juiz da Comarca que com ele falou, aconselhando-o a não depor contra o assassino, que era réu primário, não tinha antecedentes e o seu depoimento, como Juiz de Paz, iria incriminar o assassino. Sebastião Luiz, muito correto em suas ações não pensou duas vezes, arrancou do bolso sua carteira de Juiz de Paz e a entregou ao Juiz de Direito da Comarca, dizendo-lhe que, como Juiz de Paz não faria o depoimento, pedindo exoneração do cargo no ato, mas como cidadão comum não iria deixar de depor e colocar na cadeia um assassino frio como aquele. Após o fato, foi procurado pelo então prefeito Sebastião Félix da Silva, seu compadre, a permanecer no cargo, no que não aceitou. Continuou sua luta de agricultor, e, mesmo se aposentado, não deixou a lavoura, ali trabalhando até seu falecimento em 08/01/1.987, aos 69 anos de idade, por trombose, não permitindo que lhes amputassem órgãos de seu corpo como pernas e pés, assim vindo a falecer. Sempre ensinou seus filhos a estudarem e a serem corretos em suas atitudes e negócios. Dos seus filhos, o que mais se destacou na vida pública foi o Jair de Almeida, sendo prefeito de Corumbataí do Sul, por duas vezes e, tentando novo mandato no próximo ano. Seus filhos se destacaram, na contabilidade: Adalberto, João Batista, Nelson e Jair (também advogado); na advocacia: Jair de Almeida; na agricultura: Antonio; em farmácia: José Gaspar; hospitalar: Maria do Carmo; professorado: Adalberto, Helena e Zica; bancária: Lola e comércio: a caçula Lelê. Como um bom pescador, seu lazer predileto, teve ao seu lado nas pescarias: João Domingues, Michelin, Tio Chiquito e Irineu Schüller. Como história curiosa, lembra o Adalberto que, quando vinham de mudança de Minas Gerais para o Paraná, nas estradas esburacadas e empoeiradas, ele ia, pelos solavancos do caminhão, caindo do caminhão, quando sua tia Alvarina o agarrou ainda pelas pernas, salvando sua vida. Comenta também que, quando lerem esta matéria no blog do Nelson Jabá, muitos vão rir e dizer: porque ela não o deixou cair nas estradas...

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